Thursday, March 29, 2007

Bem a fila anda, eu ando e o Lars Grael ta quase lá.


Bem cansei de esperar pelas coisas, agora eu simplesmente quero felicidade pra ontem, afinal tenho direito adquirido e mais que merecido de ter tudo o que sonhei e que me é de direito, afinal de contas se não fosse assim pra que tanta esperança guardada. A partir de agora começa a grande e inesgotável implicância com o mau humor e a tristeza, vou partir com artilharia pesada, pra cima de tudo e todos que estão as avessas, e tenho dito.

Acreditar
Dona Ivone Lara
Composição: Yvonne Lara e Delcio Carvalho

Acreditar, eu não
Recomeçar, jamais
A vida foi em frente
E você simplesmente não viu que ficou pra trás

Não sei se você me enganou
Pois quando você tropeçou
Não viu o tempo que passou
Não viu que ele me carregava
E a saudade lhe entregava
O aval da imensa dor

E eu que agora moro nos braços da paz
Ignoro o passado
Que hoje você me traz
E eu que agora moro nos braços da paz
Ignoro o passado
Que hoje você me traz



Wednesday, March 28, 2007

Neruda, Neruda...


O Poço

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda

Tuesday, March 27, 2007

Alaide Costa


Começou a carreira cantando em programas de calouros infantis nas rádios Tupi, Nacional e Clube do Brasil. Em 1957 gravou seu primeiro disco pela Odeon, "Tarde Demais". Dois anos depois foi procurada por João Gilberto e passou a gravar bossa nova, participando de shows do movimento. Em 1964 obteve grande sucesso no programa O Fino da Bossa cantando "Onde Está Você" (O. Castro Neves/ L. Fiorini), que lhe rendeu contrato na TV Record. De 1966 a 1972 esteve afastada do meio artístico por problemas de saúde, até que em 72 voltou a gravar diversos compactos e LPs com composições de Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, entre outros. A gravação de "Me Deixa em Paz" (Monsueto/ A. Amorim) em dueto com Milton no disco "Clube de Esquina" impulsionou sua volta aos palcos. Em 1988 lançou "Amiga de Verdade", com a participação de diversos músicos. Em 1994 iniciou um trabalho com o pianista João Carlos Assis Brasil, que resultou em um CD ao vivo, lançado em 1995.

Monday, March 26, 2007

Meu amigo Cadu, minha companhia, minha outra parte, meu orgulho e diversão...



Me senti convidado a pensar no café. No meu café.
A violar o meu café.
Sobretudo me senti obrigado a trazer à mente o gosto amargo que conserto com o açúcar e com a minha companhia, o meu café. Talvez seja isto mesmo: o café é meu.
Eu não convido conversas; convido cafés. Eu não abro os olhos de madrugada, eu – café – madrugada. O café escuro, o açúcar claro – a mistura, o café. O filme, o café e os astros, a galáxia, o Godard, o café. Quanto de vertigem eu tomo no meu café? Quanto de amor eu dissolvo a cada café? Quantos dias eu senti meu pulso acelerar, e quantas vezes não pude com o café, meu perigo de crise. Um café, e minha verdade plena, os olhos enormes de um amigo, de lago, os olhos dele no café.
A pausa na conversa – pegar um café. A resistência à conversa, a necessidade de um café.
A memória: a boiada levantando poeira ao fundo, a velha correndo preparar o café. Um cafezim. O almoço, os dentes, o café. Um bom dia, um café. Um cigarro, um café, outro cigarro, outro café. A biblioteca, o café; o café no livro. Todo o meu convite, um café. O afeto, o café.
O café é meu.




Orquestra Imperial

Me Deixe Em Paz

Intro: D7(9) Am7(9)


D7(9) Am7(9) D7(9)
Se você não me queria
Am7(9) D7(9)
Não devia me procurar
Bm7(4M) D#7(9-)
Não devia me iludir
Am7(9) D7/9 Am7(9) D7/9
Nem deixar eu me apaixonar
D7(9) Am7(9) D7(9)
Se você não me queria
Am7(9) D7(9)
Não devia me procurar
Bm7(4M) D#7(9-)
Não devia me iludir
Am7(9) D7/9 Am7(9) D7/9
Nem deixar eu me apaixonar
Dm7 F7M(A) Dm7 F7M(A) Dm7 F7M(A) Dm7 F7M(A)
Evitar esse amor
G#6
É impossível
Dm7 F7M(A) Dm7 F7M(A) Dm7 F7M(A) Dm7
Evitar a dor
G#6
É muito mais
F7M Bm7(4M)
Você arruinou a minha vida
E7(9-) Am7(9) D7(9)
Me deixa em paz

Friday, March 23, 2007

Primeiro o fubá e depois o Dendê

Sou feliz e agradeço, por tudo que Deus me deu, sou grata por ter ao meu redor as pessoas que amo, por acreditar em mim cada dia mais, por viver intensamente até o dia de morrer, por me sentir a minha capacidade de conquistar tudo que quero. Agradeço por ter dinheiro em abundância para viver com conforme e pagar em dia as minhas contas, sou feliz e grata a cada segundo por amar e ser amada, pelo carro novo e a casa quitada.

Obrigada, serei e sou eternamente grata por existir, Vatapá, Elis Regina, comidas diversas, amigos diversos, família saudável, emprego fixo, telefone celular, violão e voz, lareira, cadeira e cama, bombeiros e calendários, mas acima de tudo agradeço por sempre e ainda amar.

Esse é o nível da minha felicidade:

Vatapá
Gal Costa
Composição: Dorival Caymmi

Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer

Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar

Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá
P.S:AS FIGURAS RECENTES POSTADAS NESTE BLOG FAZEM PARTE DA ARTE DO CADU.

Thursday, March 22, 2007

Zigue zague



Pois é me parece que tudo é uma questão de uma boa gargalhada e então tudo se resolve, deve ser esse o segredo dito naquele documentário “The Secret“, basta acreditar que é feliz que você se torna um ser feliz, e se é tão simples assim, basta acreditar que é rico e nos tornamos ricos, tudo afinal é uma questão de crença, Deus é uma questão de crença, mas a rede globo é realidade, o Corcovado uma visão, meus escritos uma bobeira e assim se constrói os fatos.

Bem ligaram para o meu amigo para contratá-lo para uma empresa que não poderia ser identificada, pode?!

Eu andava tão certinho,

a vida me chutou,

Fui sincero com você,

e você me deixou,

agora eu vou assim de zigue-zague, zigue-zague

você quer vicer assim de zigue-zague, zigue-zague


brasa, a vida sempre tá mandado brasa

e pra me defender eu vou mandando brasa

ziguezagueando por aí,

é pau, é fogo, é brasa.


Wednesday, March 21, 2007

Uma Arte

Elizabeth Bishop (1911-1979) desfolhou uma margarida imaginária para decidir se, afinal, odiava ou gostava do país no qual viveu por 20 anos, o Brasil.
Elizabeth Bishop é daquelas poetisas para quem menos é mais. Ela escrevia com dificuldade e deixou menos de 100 poemas, número suficiente para que ganhasse o Prêmio Pulitzer e se colocasse na linha de frente da poesia americana contemporânea, posição que só faz crescer. Nem o papel de poetisa aceitava. Pouco falava sobre seu trabalho, não se relacionava com os intelectuais e, conta-se, encarregada de dar assistência ao poeta Ezra Pound, enclausurado em Washington, nunca ficou à vontade. É uma poetisa de fácil leitura. Mas não de fácil, ou completo, entendimento. Elizabeth rejeita os ornamentos, faz uma poesia depurada e direta, vê com olhos duros, às vezes líricos, o que está à frente.

Uma arte

Elizabeth Bishop
Tradução de Horácio Costa

A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.


Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.


Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.


Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.


Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.

Tuesday, March 20, 2007

Mancada



Acessos são bloqueados no meu trabalho, por isso, a cada semana invento um site, um blog ou qualquer coisa pra me tirar daqui e poder desviar meu pensamento para coisas mais interessantes do que ver um banco impugnando decisões judiciais. Mas o que me incomoda não é tentar administrar diversos blogs, flogs e sim receber aquele aviso de que a página é proibida, sabe lá Deus o motivo.

Bem, acho que achei o segredo do bom humor, é só perceber que a vida é tão banal e ridícula, que as coisas começam a funcionar, aquelas coisas de física quântica, delei da atração, de quem não tem o que fazer. Queria agora sentar numa varanda, tomando vento e cerveja, deitada na rede e escutar uns daquele blues com a sonoridade danificada pelo tempo, ai que preguiça macunaíma.


Mancada
Composição: Gilberto Gil

O dinheiro que eu lhe dei
Pro tamborim
Não vá gastar depois jogar a culpa em mim
O dinheiro que eu lhe dei
Não é meu não
É da escola por favor não mete a mão
Você lembra muito bem
No outro carnaval
Você chorou porque não pode desfilar
A fantasia que eu mandei você comprar
Não ficou pronta porque o dinheiro
Que eu lhe dei pra costurar
Você, hum, hum
Eu nem vou dizer
Pra não lhe envergonhar

O dinheiro que eu lhe dei
Pro tamborim
Não vá gastar depois jogar a culpa em mim
O dinheiro que eu lhe dei
Não é meu não
É da escola por favor não mete a mão
Você lembra muito bem
No outro carnaval
Você chorou porque não pode desfilar
A fantasia que eu mandei você comprar
Não ficou pronta porque o dinheiro
Que eu lhe dei pra costurar
Você, hum, hum
Eu nem vou dizer
Pra não lhe envergonhar

Monday, March 19, 2007

Vai saber?

Vai Saber?
Marisa Monte
Composição: Adriana Calcanhotto


Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de se dar
E pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha o que considerar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?Vai saber?Vai saber?
Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de jogar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor
Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não venha a reconsiderar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais...

Chagal


Ultraleve


Vi uma criança
com o crucifixo na mão
não rezava
não chorava
simplesmente brincava
de avião.

Uma coisa é certa, independe de nós a visão.




Tem umas coisas...

Oh Jonah he lived in de whale
Oh Jonah he lived in de whale
For he made his home in dat fish's abdomen
Oh Jonah he lived in de whale

( George and Ira Gershwin )





...acordei e sem pensar duas vezes, me virei em direção à porta com o objetivo de seguir meu destino, tomar banho, dar de comer aos bichanos, limpar suas excretas, sacudir a alma para enfrentar o dia, Hoodoo da cara de ressaca que me acompanha quase que todos os fins de semana, mas neste em especial eu resolvi sorrir, que dor de cabeça nenhuma conseguiu abalar tais sentimentos de felicidade inesperada na manhã de segunda – feira, e então eu sorri, vesti minhas roupas, tranquei a porta e segui meu destino de ser somente eu e uma vida toda pela frente.

Cirurgia marcada para 10/05/2007.

Friday, March 16, 2007

ai que o tempo não passa.

"E me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com leve delicadeza, deixando claro em cada promessa não cumprida que nada devo esperar além dessa máscara colorida ... que me queres assim porque assim é que és, e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno que me ilumina e anoitece a cada dia, e passo a passo afundo nesse charco que não sei se é o grande conhecimento de nós dois ou o imenso engano de ti e de mim ... nos afastamos depois cautelosos ao entardecer, e na solidão de cada um sei que tecemos lentos nossa próxima mentira, tão bem urdida que na manhã seguinte será como verdade pura e sorriremos amenos, desviando os olhos, corriqueiros ... à medida que o dia avança e estrutura milímetro a milímetro uma harmonia que só desabará levemente em cada roçar de olhos ou de peles, os vermes roendo esses porões que insistimos em manter indevassáveis até que o não-feito acumulado durante todo esse tempo cresça feito célula cancerosa para quem sabe explodir em feridas visíveis indisfarçáveis, flores de um louco vermelho na superfície da pele que não tocamos por nojo ou covardia ..." Caio Fernando Abreu, in "À beira do mar aberto"


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